Eu vim escrever para você, pois em todos os meus textos nenhum
deles referem-se a uma carta...
Estou te escrevendo pois esse é meu único jeito de conseguir
dizer tudo que eu quero sem precisar me expressar de maneira errada como você fala.
Tal frase que você diz, me faz ter vontade de te socar por não gostar de repetir as
coisas que falo.
São quase quatro horas da manhã de terça para quarta e eu
fiquei revirando a cama inteira ate arrancar todo o lençol que cobria o colchão
e me irritar por ter que levantar para arrumar com toda essa dor no corpo e
febre alta que estou, como desculpa de escrever tudo isso aqui.
Ouvi minha mãe dizer que pode ser psicológico, mas tal
imaturidade que não possuo mais para sofrer de recalques adolescentes por
vontades não feitas, além do mais quem se irrita com vontades não sou eu e sim
você.
Toda essa historia, rolo ou qualquer coisa que você queira
denominar entre nos foi feita de ''portas'''. Sim, portas. Portas não
trancadas, portas trancadas, trocadas e ate mesmo coloridas.
Refiro-me a textos que fiz pra ti quando reclamei que fechei
a porta sozinha em relação a não voltar mais. Penso também que tudo que foi
nosso tenha ficado no outro apartamento, que eu deveria ter dito tudo que eu
disse e ali quebrado qualquer vinculo romântico entre nos. Eu sei que fui rude,
seca e sem pensar. Mas se eu não tivesse feito aquilo, nem imagino como estaria
hoje, ou talvez imagine.
O engraçado é que perdi o costume de olhar nos teus olhos,
quando me lembro claramente da ultima vez que os vi a meia luz do teu
quarto, e me relembro como citei anteriormente, foram um dos mais doces que já
havia visto. Poderia ali ter tido teu coração em minhas mãos, ou em outras
vezes, mas penso que as coisas acontecem como devem ser, e se a escolha não foi
essa, reflito que não foi apenas minha culpa.
Admito também ter ficado sentida quando disse que estava
conhecendo outra pessoa. Sim normal, o silencio predominou e eu agradeci por milhões
de vezes você não ter olhado meu rosto. Pois nem imagino minha expressão.
Apenas tentei indagar algumas palavras para que o silencio não predominasse,
mas não consegui e então algumas tuas na forma de se explicar quebraram o vazio e então
na realidade eu passei as mãos pela nuca como sempre faço quando não sei qual
atitude tomar.
Para falar a verdade nem sabia o que estava fazendo ali,
talvez eu tivesse ido no intuito de arrumar as coisas ou qualquer bagunça que
eu fiz, mas declamo ser tarde demais.
Sai da tua casa enfurecida, eu não sou assim, mas me contive e
sei que você nem percebeu. Minha vontade era ter jogado teu telefone na parede
quando tocou e ter feito você entender que eu estava ali, ou então mandar você
sumir com as coisas que trouxe pra mim pois eu estava correndo um serio risco
de perde-los. E perde-los para alguém que você conheceu praticamente ontem, mas
não a minha razão sempre corrompe qualquer formula minha de tentar fazer o que
talvez seja certo ou errado.
Eu sei de tantas coisas que você nem imagina, talvez eu sei
de coisas que você não sabe sobre você, mas sempre preservei minhas visões além
do que conseguem enxergar para não assustar ninguém.
Eu não via a hora de sair dali, reparei que você mal olhou
no meu rosto e fez questão de deixar claro que precisava sair. Então desci as
escadas na tua frente fazendo uma piada qualquer para não dizer o que estava na
cabeça e entrei no taxi pensando em mil coisas. E uma delas foi que nada mais
será como o lugar tão tão distante em que vivi por três semanas ou mais.
Entreguei-me aos pensamentos e olhei para o céu e raparei
que a Lua não aparecia fazia tempo e que talvez ela sim tenha saído de ferias
para fazer uma lavagem cerebral como você diz, em relação a nos. E então eu
concluo que tinha tomado o rumo das escolhas certas. Eu queria apenas colo de alguém
que eu iria encontrar dali alguns metros e percebi que talvez tudo que esteja
sentido seja real.
Em partes eu só queria um pouco mais de tempo para me acostumar,
e fui dormir chorando de algum sentimento que não sei definir. No dia seguinte
a raiva estava visível em meus olhos e eu só queria paz e sai de longboard para
ver o mar e tomar um pouco de sol.
Acabei suando demais e pegando a friagem da rua quando eu
sabia que iria ficar doente, dae então deixei claro que isso tudo talvez seja
birra por não ter as coisas que eu quero, logo eu que sempre te questionei por
isso. Mas sei que de boa parte eu fiz isso, ou por parte toda.
Ouvi inúmeros conselhos e nenhum deles eu tirei nada, pois
nem eu sei mais o que se passa. Cabe a mim dizer que talvez eu goste de alguém,
e só isso que eu posso te falar.
REPITO por três vezes bem alto para que faça eco e você possa me escutar... ''Tão inacabado fostes que tu deixastes o outro apartamento vazio como tudo entre nós. Sorte a minha de que pintastes tudo de branco, ou cores claras, para que o novo pudesse entrar.'' Sussurro: Esse novo não fomos nós.