Medo

Escutar o barulho dos pingos batendo no telhado alheio me da vontade de surtar. Eu beberia fortes drinks agora só para ter a sensação de não entender nada que esta acontecendo neste exato momento. 

Já são quase oito horas da noite, basta para a minha alma que quer temer amar novamente algo puro, sábio e liberal. Canso-me fácil da solteirice. Não sei se eh esse drama particular que compartilho com os amantes levianos ou apenas carências embebedadas de vontade na noite santista.

Ando me perdendo em certo sorriso, mas também andam falando muito de mim. Tapar os ouvidos e ter certeza daquilo que eu sou sempre foi meu forte, ainda mais agora quando estou no centro com pessoas como eu. Posso ser espalhafatosa, mas dentro disso tudo existe uma garota, sabe aquelas meninas que precisam de colo vinte e quatro horas? Eh esse tipinho mesmo. Faço-me de durona, falo alto, empino o peito e retruco mas dentro do meu corpo implora por um sorriso sutil de qualquer ser que possa respirar.

Conhecer pessoas sempre foi o meu maior prazer, ainda mais quando tudo novo se instala ao meu redor. Essas novidades chegam ate me confundir e me deixar cega por vontades obscuras que so eu sei onde se encaixam. Mas eu sempre escolho pelo lado duradouro, o da amizade. Mas as vezes colocam gente no nosso caminho que não tem como não reparar de perto. Bate aquela vontade enorme de querer conhecer todos os caminhos, todos os olhares e sorrisos. Citarei passagens que vieram em minha mente varias vezes enquanto eu estava com o celular na mão falando com outras pessoas, mas meus olhos não saiam de ti, muito menos meus pensamentos deixavam escapar-te por um segundo.

''Aquele teu sorriso encostado no meu queixo, aquelas pessoas ao redor paralisadas, pessoas que por sinal encantaram minha noite mas pra mim a única coisa que brilhava era você. Olhei para o céu inúmeras vezes, mas da ultima vez que estava à procura da Lua, te vi me fitando com um copo de cerveja na mão ate eu olhar nos teus olhos e me deparar que o motivo de não conseguir ver a Lua, era por conta de que havia uma beleza muito mais pura ao meu lado. Dae então minha vontade foi de sentar ao teu lado, colocar a mecha de cabelo um tanto quanto curta que fica perto dos teus olhos sorrir e encostar minha boca no teu nariz, dando a sensação de que eu estava ali para te proteger.’’

Relutei para sentar, mas quando percebi estava do teu lado, totalmente jogada na sua cadeira, com meus braços nas suas costas relutando com a minha mão para não encostar em você pois talvez não fosse o momento. Enquanto isso eu via a família linda que você tem, reparei em cada uma das tuas irmãs e o quanto vocês tem uma das outras. A alegria da sua mãe sempre me contagia, ainda mais quando o carinho por ela é reciproco. Talvez eu tenha pensado que nunca havia passado por algo tão simples, assumido, e aceitável. Todos ali nos aceitavam do jeito que éramos e nos queriam muito bem. Mas não consegui relutar por muito tempo, quando percebi minha mão estava totalmente nas suas costas em forma de carinho. Na realidade eu queria te abraçar, e deitar no teu colo, pois da primeira vez na minha vida, talvez eu me sinta protegida ao teu lado. Não sei se por conta da sua maturidade, do seu modo de ver a vida. Mas com todos foram assim, mas nenhum como é essa minha ânsia de querer me debruçar em você e aclamar por carinho. Como eu penso quando estou com você.

Eu lutei contra o tempo, mas ja era tarde e eu precisava ir. Entramos no carro enquanto ouvíamos musicas que falavam de amor, acompanhada por sua família eu tinha o maior respeito em relação a qualquer movimento inadequado. A hora de ir embora chegou, encostei minha mão no teu rosto e senti vários beijos enquanto eu respirava profundamente para não virar o rosto e causar qualquer impacto contra tudo que tinha acontecido ate ali. Peguei minhas chaves e entrei protão adentro querendo voltar entrar pelo carro te beijar e pedir para ficar. Mas eu parei respirei e segui ate você desaparecer na rua.

Tomei um banho quente para acalmar qualquer coisa que havia dentro de mim, coloquei roupas limpas e largas, deitei na cama pensando em como teria sido e adormeci ate o dia seguinte.

Recrio imagens de coisas que existem apenas no meu mundo, eu penso que esta acontecendo, eu to perdendo o medo de amar e meu ultimo relacionamento querendo ou não por menor que tenha sido foi um desastre. Eu acabei com qualquer esperança de outra pessoa por esse meu medo estupido de amar. Hoje eu estou querendo me deixar levar, me entregar de vez, mas ao mesmo tempo eu penso que as coisas devem ser feitas com calma, ja que minha vida do modo que esta anda cheia de amor. Mas penso que de que adianta esse amor de amigas, se na hora de deitar na cama eu as tenho, mas não tenho coragem de nada a não ser ama-las pelo resto da vida.

Eu to me doando ridiculamente para alguém e nem sei se ele alguém me quer de verdade, pois eu sei que por meio de sua vida existem muitas confusões também. Talvez eu tenha me encantado por esse jeito atrapalhado de amar como o meu, ou talvez eu esteja incrivelmente a fim de ver se isso é real.

Estou pensando seriamente em qualquer coisa, pois estou cansada de despedidas, e de me despedir. Se por para vir, que venha aos poucos, mas quando perceber que esta entrando demais e não é isso que você quer, saia e bata a porta. Mas antes, leve as chaves, pois so assim eu consigo entender que foi de vezes e não ira ter volta...

Agradeço as minhas amigas por não estarem por perto neste momento, se não cometeria a loucura de colocar um cigarro pela primeira vez na minha boca e encher a cara de álcool para filosofar de uma vida vulnerável, mas feliz e bem vivida!

Que venha o amanha, pois o hoje vai acabar logo mais...