quinta-feira, 22 de março de 2012

Passarinho

A troca de musicas no carro era relativa. Nada conseguia me fazer encontrar algo, e como qualquer capitulo deve ter musica, logo relutei e achei algo um tanto quanto bom. Na minha mente tocava, no meu corpo fritava e eu ali dentro daquele carro tentando inventar mil cenas na minha cabeça, esvazio-se a partir do momento em que eu desci, deixando a cabeça vazia sem pensar em nada. E talvez esse nada fosse tudo, fosse muito na ilusão de reviver algo que talvez eu não tenha mais ou aprenda a ter novamente. Mas conclui-se que não pelos outros, e sim por mim. Útil mortal dos sonhos todos nos somos, mas fazer seus desejos mais profundos e insanos valerem a pena, poucos tem coragem. Agradeço a minha pouca idade, e muito mais a impulsividade de nata ariana que tenho. Mas pra que falar de signos agora se nada disso influenciara nos dias seguintes.
Da minha parte não, mas então estou com ânsia de ver a sua e a coragem que tem pra me mostrar, se é que se pode dizer coragem neste momento.
Feche seus olhos, ouça a musica mais insana em um caminho tão tão distante perto do céu e apos chegar abra-os para entender o que eu digo nas linhas de baixo e só assim compreender cada pedaço do meu silencio mental desta noite/manhã de quinta feira...

Saiu do carro e indagou-se em querer entrar sem ser anunciada. Mas por tanta segurança dos alheios esqueceu que as portas devem permanecer trancadas ate segunda ordem dos seguintes donos. Portas, portas todos os lugares existem portas, e trancas. Das casas mais cobiçadas aos corações mais sutis, tudo existe segredo e eu amante de arromba-los estava presente mais uma vez, no intuito de fechar a pós entrar e descobrir tudo que havia dentro, fazendo uma enorme reforma colorindo tudo de branco. Branca união de todas as cores, mas com um toque de paz e serenidade nos dias mais insanos de todos.
Pegou o celular e três toques foram dados, uma voz rouca e sonolenta atende e ela cospe uma frase que talvez trouxesse uma negativa mas não, foi respondia com uma pergunta. ''Abre a porta, estou aqui embaixo. -Como assim, vc esta brincando né!? Não, estou falando serio, abre!''

Passava da uma hora da madrugada, ela subiu no elevador sem muito que pensar e deu de cara com tudo que imaginava. Previsível ou entendedora de pensamentos contrários? Não sei, mas fez questão de dizer para si mesma que sabe sem saber. A porta estava entre aberta como previa. Fechou, e deu de encontro a quem mais queria fazia um bom tempo.
O aroma familiar veio a tona no caminho...
O escuro sempre a chama, olhou por entre os dois vãos de batente e sorriu para alguém no semi escuro noturno do seu quarto. Delicadamente olhou nos olhos, sentou-se na lateral da cama, e com as suas duas mãos deu um beijo calmo com um suspiro de ate que em fim dizendo. - Pode me chamar de louca, mas eu vim, e eu odeio que duvidem de mim.
Alguns beijos e seus tênis foram arrancados dos pés deitando-se do lado oposto da cama. Seu sorriso iluminava o quarto e seus batimentos pareciam uma escola de samba dentro dela, mas sabia controlar com a respiração para que não houvesse erros por algo tão simples e bom.
Entre beijos peças de roupas foram sendo tiradas delicadamente, de olhos fechados, lembrou-se de como era bom àquela sensação de estar colada com alguém, e desejou aquilo profundamente e mais nada entre minutos. O som da televisão a incomodava, e estava começando a ouvir uma nova melodia em sua mente, e fez questão de desligar a tv no intuito de querer ouvir os barulhos que os corpos reproduziam juntos e a musica. O cheiro da pele macia que ela fazia questão de inalar fortemente para que ficasse grudado ali. Como poderia ser tão doce, nem ela sabia só queria estar e fim
Beijos, blues e poesia literalmente entravam em sua mente. De tão carinhoso e fofo aquele momento desejou dizer algumas palavras, mas talvez fossem inúteis para ambos a fins. Desejo tomava conta e os corpos molhados de suor as mãos dela deslizavam facilmente nas costas de quem mais queria. Por ela a noite prolongava, mas com o apse do prazer isso não daria mais efeito algum.
O silencio tomava conta, ela sorria e sorria deitou-se ao lado e ficou olhando com olhos de cor de nada cada detalhe do corpo ao lado. Ai como as coisas podem ser simples se quiser pensou, pena que com toda certeza não será, pensou.
Trocou de lado e relutou em não querer ler pensamentos, mas já era tarde demais. Essa arma que ela possui sempre consegue arrancar tudo o que os outros dizem sem precisar falar. Deitada do lado coberta no edredom preto e sentia o odor da nicotina reproduzida por um cigarro em que era tragado lentamente ao seu lado. E por segundos quis não pensar em tudo aquilo, mas já era inútil demais para o momento.
Grudou-se ao lado e ficou por algumas horas olhando, sorrindo e falando tudo o que vinha mas nem sempre vasto para ser dito. As horas estavam calmas naquela madrugada, ela não tinha a mínima pressa de ir embora, no entanto deveria. Levantou-se na vontade de ficar ate o dia nascer, mas vestiu-se sentindo que talvez tudo aquilo ficaria ali, dentro daquele quarto, com aquelas lembranças.
Os conceitos dela de ficar ate o dia amanhecer foram quebrados, como os de as coisas acontecerem com calma então ali, nada mais estava tão em suas mãos como tudo que ja conhece.
Toucou os últimos beijos querendo ouvir um fica, mas seria quase impossível ouvir isso. Pensou em pedir para abrir a porta, mas ela estava com vontade de querer não saber o que iria acontecer. Ela sempre diz ''Abra a porta, quero voltar'', desta vez não! Ela queria voltar, ela quer voltar. Mas que essa vontade não venha apenas na parte dela, e sim de ambas.

Desceu relutando com seus pensamentos, mas foram inúteis pois sua cama lhe esperava e não queria saber mais de nada e sim de querer não querer nem saber o que iria acontecer depois.

Adormeceu não sabe como. E a única certeza de que tudo aquilo não passava de um sonho, foi o perfume em seu braço que a fez compreender que foi real...

Ela não espera muito das pessoas, ela só sabe o que passa dentro dela. Querer estar ela quer, mas, diga-se de passagem, que a vontade não pode ser vinda de um lado só e sim de dois. Ela tem calma como sempre teve, e se precisar que coloquem tudo no lugar, ela vai esperar. Só não me pergunta se vai ser em silencio pois o que passa dentro dela as vezes nem eu sei. E me assusto fortemente quando ela gosta, pois do seu jeito sem demonstrar por demais ela faz de tudo, mas sem forçar nada nem exigir de ninguém aquilo que lhe foi dado. O tempo é seu maior amigo então eu sei que ela vai entender, eu sei que ela já sabe a resposta e por fim fechar a porta mais uma vez ou ficar sem saber ate quando...

Que graça tem saber, se o doce da vida é entender que nada tem motivo e sim consequências, esperar pra ver cada coisa a seu tempo como deve ser...

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