Da minha parte não, mas então estou com ânsia de ver a sua e
a coragem que tem pra me mostrar, se é que se pode dizer coragem neste momento.
Feche seus olhos, ouça a musica mais insana em um caminho
tão tão distante perto do céu e apos chegar abra-os para entender o que eu digo
nas linhas de baixo e só assim compreender cada pedaço do meu silencio mental
desta noite/manhã de quinta feira...
Saiu do carro e indagou-se em querer entrar sem ser
anunciada. Mas por tanta segurança dos alheios esqueceu que as portas devem
permanecer trancadas ate segunda ordem dos seguintes donos. Portas, portas
todos os lugares existem portas, e trancas. Das casas mais cobiçadas aos
corações mais sutis, tudo existe segredo e eu amante de arromba-los estava
presente mais uma vez, no intuito de fechar a pós entrar e descobrir tudo que
havia dentro, fazendo uma enorme reforma colorindo tudo de branco. Branca união
de todas as cores, mas com um toque de paz e serenidade nos dias mais insanos
de todos.
Pegou o celular e três toques foram dados, uma voz rouca e
sonolenta atende e ela cospe uma frase que talvez trouxesse uma negativa mas
não, foi respondia com uma pergunta. ''Abre a porta, estou aqui embaixo. -Como
assim, vc esta brincando né!? Não, estou falando serio, abre!''
Passava da uma hora da madrugada, ela subiu no elevador sem muito
que pensar e deu de cara com tudo que imaginava. Previsível ou entendedora de
pensamentos contrários? Não sei, mas fez questão de dizer para si mesma que
sabe sem saber. A porta estava entre aberta como previa. Fechou, e deu de
encontro a quem mais queria fazia um bom tempo.
O aroma familiar veio a tona no caminho...
O escuro sempre a chama, olhou por entre os dois vãos de
batente e sorriu para alguém no semi escuro noturno do seu quarto. Delicadamente
olhou nos olhos, sentou-se na lateral da cama, e com as suas duas mãos deu um
beijo calmo com um suspiro de ate que em fim dizendo. - Pode me chamar de
louca, mas eu vim, e eu odeio que duvidem de mim.
Alguns beijos e seus tênis foram arrancados dos pés
deitando-se do lado oposto da cama. Seu sorriso iluminava o quarto e seus
batimentos pareciam uma escola de samba dentro dela, mas sabia controlar com a
respiração para que não houvesse erros por algo tão simples e bom.
Entre beijos peças de roupas foram sendo tiradas
delicadamente, de olhos fechados, lembrou-se de como era bom àquela sensação de
estar colada com alguém, e desejou aquilo profundamente e mais nada entre
minutos. O som da televisão a incomodava, e estava começando a ouvir uma nova
melodia em sua mente, e fez questão de desligar a tv no intuito de querer ouvir
os barulhos que os corpos reproduziam juntos e a musica. O cheiro da pele macia
que ela fazia questão de inalar fortemente para que ficasse grudado ali. Como
poderia ser tão doce, nem ela sabia só queria estar e fim
Beijos, blues e poesia literalmente entravam em sua mente.
De tão carinhoso e fofo aquele momento desejou dizer algumas palavras, mas
talvez fossem inúteis para ambos a fins. Desejo tomava conta e os corpos
molhados de suor as mãos dela deslizavam facilmente nas costas de quem mais
queria. Por ela a noite prolongava, mas com o apse do prazer isso não daria
mais efeito algum.
O silencio tomava conta, ela sorria e sorria deitou-se ao
lado e ficou olhando com olhos de cor de nada cada detalhe do corpo ao lado. Ai
como as coisas podem ser simples se quiser pensou, pena que com toda certeza
não será, pensou.
Trocou de lado e relutou em não querer ler pensamentos, mas
já era tarde demais. Essa arma que ela possui sempre consegue arrancar tudo o
que os outros dizem sem precisar falar. Deitada do lado coberta no edredom
preto e sentia o odor da nicotina reproduzida por um cigarro em que era tragado
lentamente ao seu lado. E por segundos quis não pensar em tudo aquilo, mas já
era inútil demais para o momento.
Grudou-se ao lado e ficou por algumas horas olhando,
sorrindo e falando tudo o que vinha mas nem sempre vasto para ser dito. As
horas estavam calmas naquela madrugada, ela não tinha a mínima pressa de ir
embora, no entanto deveria. Levantou-se na vontade de ficar ate o dia nascer,
mas vestiu-se sentindo que talvez tudo aquilo ficaria ali, dentro daquele
quarto, com aquelas lembranças.
Os conceitos dela de ficar ate o dia amanhecer foram
quebrados, como os de as coisas acontecerem com calma então ali, nada mais
estava tão em suas mãos como tudo que ja conhece.
Toucou os últimos beijos querendo ouvir um fica, mas seria
quase impossível ouvir isso. Pensou em pedir para abrir a porta, mas ela estava
com vontade de querer não saber o que iria acontecer. Ela sempre diz ''Abra a
porta, quero voltar'', desta vez não! Ela queria voltar, ela quer voltar. Mas
que essa vontade não venha apenas na parte dela, e sim de ambas.
Desceu relutando com seus pensamentos, mas foram inúteis
pois sua cama lhe esperava e não queria saber mais de nada e sim de querer não
querer nem saber o que iria acontecer depois.
Adormeceu não sabe como. E a única certeza de que tudo
aquilo não passava de um sonho, foi o perfume em seu braço que a fez
compreender que foi real...
Ela não espera muito das pessoas, ela só sabe o que passa
dentro dela. Querer estar ela quer, mas, diga-se de passagem, que a vontade não
pode ser vinda de um lado só e sim de dois. Ela tem calma como sempre teve, e
se precisar que coloquem tudo no lugar, ela vai esperar. Só não me pergunta se
vai ser em silencio pois o que passa dentro dela as vezes nem eu sei. E me
assusto fortemente quando ela gosta, pois do seu jeito sem demonstrar por
demais ela faz de tudo, mas sem forçar nada nem exigir de ninguém aquilo que
lhe foi dado. O tempo é seu maior amigo então eu sei que ela vai entender, eu
sei que ela já sabe a resposta e por fim fechar a porta mais uma vez ou ficar
sem saber ate quando...
Que graça tem saber, se o doce da vida é entender que nada
tem motivo e sim consequências, esperar pra ver cada coisa a seu tempo como deve ser...
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